
O general Freire Gomes tinha sido mais incisivo na Polícia Federal junto ao seu depoimento como testemunha. Frente a Moraes, ele deu aquela dourada na pílula, com corporativismo. Moraes foi mais duro e lhe perguntou se estava mentindo na PF ou agora. O general manteve tudo o que havia falado, o que mostra que ele estava apenas constrangido por acusar um colega.
Garnier diz agora que não colocou as tropas à disposição e que foi discutida a possibilidade de implantação de um decreto da Garantia da Lei e da Ordem, que seria um instrumento através do qual o presidente Bolsonaro quereria interferir no país após o resultado das eleições. Ele disse apenas seguir a hierarquia e que não estava lá para assessorar o presidente.
Um brigadeiro diz que o almirante topou a empreitada golpista. Um general, envergonhadamente, afirmou a mesma coisa. Em seu depoimento ontem, Mauro Cid disse que colocaria Garnier no grupo dos radicais. Ou seja: acareação já! Leonardo Sakamoto, colunista do UOL
Para Sakamoto, os três ex-líderes das Forças Armadas deveriam ser colocados frente a frente por conta das versões diferentes sobre o envolvimento de Garnier na trama golpista.
Seria muito importante, não apenas para o julgamento da tentativa de golpe de Estado e destruição violenta do Estado Democrático de Direito como para o espírito da nação, que após o almirante do golpe na prática sugerir que o brigadeiro e o general mentiram, haja uma acareação já entre os ex-comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. Podem colocar até o Mauro Cid no meio disso tudo. Vamos ver quem segura. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL
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