
O Kremlin confirmou nesta quinta (5) que o presidente Vladimir Putin decidiu retaliar o ataque sofrido no domingo passado (1), quando a Ucrânia destruiu diversos bombardeiros estratégicos do país em ao menos duas bases aéreas com drones contrabandeados em caminhões.
Quando e como a ação retaliatória ocorrerá, disse o porta-voz Dmitri Peskov, é uma prerrogativa das Forças Armadas. A decisão havia sido informada por Putin ao presidente americano, Donald Trump, durante um telefonema na véspera.
Segundo o republicano, será uma retaliação dura. O governo americano chegou a vocalizar o temor de que ela envolva um artefato nuclear, uma vez que a infraestrutura militar afetada faz parte do sistema de defesa estratégico do país.
Os aviões atacados, empregados para lançar mísseis convencionais contra a Ucrânia, têm capacidade de lançar modelos equipados com ogivas nucleares.
O número de bombardeiros afetados é incerto, mas as estimativas até aqui baseadas em imagens supõe cerca de dez —menos que os 41 propagandeados por Kiev no domingo, mas ainda assim quase 10% da frota desse tipo de aeronave no país de Putin.
Já na Ucrânia a apreensão é de um ataque maciço com mísseis balísticos, talvez o modelo Orechnik, uma arma desenhada para guerras nucleares com múltiplas ogivas que foi testada contra a cidade de Dnipro em novembro passado.
Enquanto isso não ocorre, as barragens de drones de lado a lado seguem. Ao menos cinco pessoas morreram na região de Tchernihiv, no norte do país, nesta madrugada.
Também nesta quinta, o governo russo acusou os ucranianos de promover mais um ataque contra sua infraestrutura civil, com a explosão de um trecho de ferrovia perto de Voronej, ao sul de Moscou. Não houve feridos.
Segundo o FSB, o serviço de segurança russo, houve uma explosão nos trilhos, provavelmente por uma bomba plantada. Kiev não comentou. No fim de semana, as forças de Volodimir Zelenski haviam bombardeado uma ponte ferroviária no sul russo, matando sete pessoas, naquilo que Putin chamou de terrorismo.
Nesta semana, os ucranianos também atacaram a ponte da Crimeia, símbolo da anexação da península promovida por Putin em 2014, mas o tráfego foi restabelecido.
No campo diplomático, Peskov também confirmou que Putin colocou-se à disposição para mediar as negociações em torno do acordo nuclear para evitar que o Irã alcance a bomba atômica. As conversas com os Estados Unidos estão ocorrendo com muita dificuldade, e Moscou tem uma relação estratégica com Teerã —inclusive no campo militar.
Lá Fora
Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo
