
O PAI (Pronto Atendimento Infantil) e o HMA (Hospital Municipal de Araguaína) enfrentam, mais uma vez, um dos períodos do ano de maior demanda por atendimentos por causa da sazonalidade das doenças virais. Tradicionalmente, o pico das enfermidades respiratórias ocorre entre os meses de abril e junho, mas, em 2025, as unidades passaram a lidar com casos mais graves já no fim de março.
No PAI, a média atual é de 190 a 200 atendimentos diários. Fora do período mais crítico, a demanda é de 100 atendimentos por dia. Para dar conta do fluxo, a unidade, gerida pelo ISAC (Instituto Saúde e Cidadania), reforçou a equipe com mais um médico, técnicos e profissionais de enfermagem, que estão atuando em regime de plantão extra com o objetivo de garantir acolhimento e assistência a todos os pacientes.
“Estamos falando de um aumento expressivo de doenças como pneumonia com derrame pleural, bronquiolite e outras infecções respiratórias que, em muitos casos, estão exigindo suporte ventilatório, seja com oxigênio, seja com aparelhos”, informa Elena Medrado, médica e diretora técnica do PAI e do HMA.
Segundo a secretária de Saúde de Araguaína, Ana Paula Abadia, a Prefeitura está acompanhando de perto o crescimento na demanda por atendimentos e trabalhando junto à organização social para encontrar soluções que ajudem a manter o fluxo dentro do esperado.
“Essa alta demanda é cíclica, acontece todos os anos, por isso as unidades já possuem um esquema especial de aumento de profissionais e escalas diferenciadas de atendimento. E estamos atentos caso surja a necessidade de implementarmos novas ações que assegurem o acolhimento humanizado e a contento das nossas crianças”, pontua a secretária.
HMA atende com capacidade total
Unidade de referência estadual para casos mais graves para pacientes até 12 anos, o Hospital Municipal de Araguaína, também gerido pelo ISAC, está atendendo com a capacidade total. Todos os leitos da UTI Pediátrica, estabilização e enfermaria estão ocupados, seja recebendo pacientes referenciados do PAI, de unidades particulares e também de outras cidades.
“Na UTI e nos leitos de estabilização, a prioridade é para os pacientes que continuam passando por cirurgias cardíacas, urológicas, entre outras especialidades, porque os trabalhos não param. E, em muitas situações, os pacientes precisam ser reavaliados pela equipe de cirurgia pediátrica do município”, detalha a diretora.
O HMA dispõe de 45 leitos, sendo seis de estabilização e 10 de UTI, todos atualmente com lotação máxima. Com a demanda em alta, os profissionais também estão trabalhando com escalas extras e revezamento de equipes para manter o atendimento com qualidade e segurança.
Chuvas e aglomeração impulsionam casos
O período de janeiro até junho é o mais crítico em relação às doenças respiratórias e de origem viral, em função do período chuvoso que favorece a grande circulação de diversos tipos de vírus, entre eles o da dengue. Os meses de abril e maio são considerados os de pico no primeiro semestre, registrando o maior número de pessoas doentes.
A aglomeração de pessoas também é um fator que contribui para a alta taxa de transmissão dos vírus, a exemplo do retorno às aulas nas creches, escolas e faculdades, entre outros espaços.
Entre as crianças, a idade com maior risco de agravamento das doenças respiratórias é até os seis anos, faixa etária contemplada com a vacinação contra a Influenza na rede pública de saúde do município. Na mesma idade, o público infantil também deve ser imunizado contra a covid-19. As doses estão disponíveis em todas as 22 UBS de Araguaína.
Para amenizar o impacto das doenças nas crianças, e também em adultos, a orientação é manter repouso, ingerir muito líquido e um antitérmico para controlar a febre. A procura pela emergência deve ser feita a partir de dois dias de febre e outros sinais de alerta, como vômitos, diarreia, falta de ar e falta de apetite. A única exceção é para bebês menores de 28 dias de vida, quando a febre é um sinal de alerta suficiente para buscar atendimento”.
Outras recomendações incluem evitar aglomerações, usar máscara em locais muito movimentados, manter o hábito de higienizar as mãos com frequência, os brinquedos que as crianças usam de forma compartilhada e beber bastante água.
Secom Araguaína


