Investigações realizadas pela Polícia Civil do Tocantins, por meio da 49ª Delegacia de Pedro Afonso, resultaram na prisão de uma mulher de iniciais A.M.S., de 41 anos, a qual é investigada por aplicar dezenas de golpes em aposentados e pensionistas, resultando em prejuízos que ultrapassam R$ 1 milhão.
O delegado Nivaldo Antunes Siqueira, titular da 49ª DP e responsável pelo caso, explica que às investigações apontaram que os ilícitos já vêm ocorrendo há mais de um ano, mas somente no final do ano de 2024, as primeiras vítimas procuraram a Polícia Civil informando que haviam caído em golpes perpetrados pela mesma pessoa.
Com base nos relatos, as equipes da 49ª DP iniciaram as diligências investigativas e descobriram que mais de 40 pessoas, sobretudo, aposentados e pensionistas, que tiveram contato com a investigada, foram vítimas de golpes e acabaram tendo prejuízos enormes.
Como funcionava o golpe
Com o aprofundamento das investigações, os policiais civis descobriram que a autora mantinha contato com aposentados e pensionistas e os abordava dizendo que poderia reduzir os juros, supostamente abusivos, de parcelas de empréstimos consignados que eles possuíam e ainda poderia gerar a restituição de valores, como forma de troco.
Atraídos pela proposta, as vítimas entregavam documentos, tiravam selfies e faziam todo o procedimento acreditando que teriam benefício de redução de parcelas. “Ocorre que uma vez de posse da documentação, a investigada fazia a portabilidade das contas das vítimas, transferindo-as para outros bancos, onde a autora passava a movimentá-las. A partir daí, ela fazia retiradas de parte dos benefícios e realizava empréstimos sem qualquer conhecimento ou mesmo anuência do titular da conta”, frisa o delegado Nivaldo.
As investigações da Polícia Civil apuraram ainda que a autora promoveu um verdadeiro sequestro das contas das vítimas, passando a gerenciar toda a movimentação bancária, impedindo o titular de ter acesso até mesmo aos seus extratos bancários, pois a conta era mudada do banco original para outras instituições financeiras.
Em um dos casos registrados pela Polícia Civil, três membros de uma mesma família compareceram até a 8ª Central de Atendimento da Polícia Civil, onde relataram que foram vítimas de A.M.S. e tiveram um prejuízo de R$ 20 mil cada um, totalizando R$ 60 mil.
Crimes começaram há um ano
As investigações da Polícia Civil também apontaram que a mulher trabalhava com empréstimos consignados e, durante mais de três anos, realizou as operações de maneira idônea. Porém, há cerca de um ano e três meses, a mulher passou a aplicar os golpes, sobretudo, em pessoas idosas, de pouca instrução e que recebiam aposentadorias ou pensões.
No decorrer das investigações, ainda no mês de fevereiro, foi representado por um mandado de busca e apreensão no intuito de apreender dispositivos eletrônicos, que eram utilizados pela investigada a fim de praticar os golpes. Contudo, quando os policiais civis foram até sua residência, em Pedro Afonso, a mulher entregou um aparelho celular sem o chip e também escondeu o computador pessoal que utilizava na prática delituosa.
Devido a gravidade dos atos praticados e também pelo fato de a autora estar dificultando as investigações e tentando ocultar evidências, o delegado Nivaldo representou pela prisão preventiva da mulher, a qual foi deferida pelo Poder Judiciário e comprida na última sexta-feira, dia 28.
A autoridade policial ressalta que as investigações terão continuidade, visto que mais pessoas podem ter sido vítimas da mulher. “Trata-se de uma investigação complexa em que os crimes praticados lesaram dezenas de pessoas, que por confiarem na investigada, acabaram caindo em golpes e tendo prejuízos que ultrapassam em muito o valor dos próprios benefícios que recebiam, sem contar os empréstimos que não pediram e sequer tinham conhecimento”, destacou.
Rogério de Oliveira/Governo do Tocantins
(SECOM)
